quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Palestra dia 15/09




Tema: A sociologia na educação brasileira: Perspectivas e desafios

Palestrante: Prof. Ms. Adalberto Miranda Distassi
Prof. Ms. Miram Ribeiro de Barros Shaw
Prof. Ms. Ricardo Constante Martins

A segunda noite da VII Semana de Ciências Sociais da Faceres propôs uma discussão entre alunos e professores sobre a “Sociologia na Educação Brasileira: Perspectivas e Desafios”.
Participaram da mesa redonda que norteou as discussões o Prof. Ms. Adalberto Miranda Distassi, diretor da instituição, o Prof. Ms. Ricardo Constante Martins, coordenador do curso de Ciências Socas da Faceres e a Prof. Ms. Mirian Ribeiro de Barros Shaw.
A professora Miriam foi quem deu início as considerações iniciais. Antes de entrar no embate proposto, a professora pediu que os presentes reservassem alguns instantes para fazer uma reflexão sobre a peça de teatro “Alma Aprisionada”, apresentada pelo Balé de Rio Preto antes do início da discussão e disse que existem muitos aspectos retratados na peça que podem ser associados diretamente com o cotidiano de um professor em sala de aula.
Miriam fomentou também uma reflexão sobre a inserção da Sociologia no Ensino Médio e realizou um rápido retrospecto das Leis de Diretrizes Básicas, desde sua criação em 1961 até a LDB de 1996 que propôs o termo “cidadania” e temas que ultrapassam a discussão curricular no ensino do país. A professora atentou também aos alunos o fato de o manejo do conteúdo das aulas de sociologia e seus resultados em sala de aula. Com seu jeito singular de levantar questões, Miram deixou no ar elementos de reflexão que podem ser estendidos a muito além da noite de terça feira: “Vamos discutir os clássicos ou abandonar a teoria? Usar o material didático proposto ou fazer uso de elementos não “convencionais” no material escolar? Se posicionar reflexivamente ou reproduzir o atual com os alunos?”, essas foram algumas das questões propostas pela professora que fechou sua participação inicial afirmando que a maior tarefa do educador brasileiro hoje é provocar o estranho, o falatório, realizar uma ação centrada no sujeito capaz de agir.
Em seguida foi a vez do professor Ricardo Constante fazer suas considerações iniciais. Ricardo optou por enumerar de maneira rápida os percalços que rodam o ensino da sociologia no Brasil. Deixou claro que em sua opinião o ensino das ciências sociais é imprescindível para a formação de qualquer indivíduo e das dificuldades que existem para que possamos atingir os resultados satisfatórios no ensino atualmente.
Ricardo listou como maiores problemas para o corpo docente a atenção à origem do conhecimento, que se fragmentou de maneira elevada no século XX, a formação relativamente conservadora do professorado e as dificuldades didáticas metodológicas, que necessitam cada vez mais de alternativas para sua adaptação as necessidades do ensino hoje.
“Independentemente da época, do salário e do status que o professor tem em diferentes momentos da história, ele sempre será visto como uma referência, um exemplo de conduta, ética, moral e de procedimento”, conclui o coordenador do curso.
Já em relação aos discentes, Ricardo Constante observou que os alunos chegam ao Ensino Médio com a cultura de conhecimento extremamente fragmentada, o que o impede de realizar reflexões abetas acerca do conteúdo passado em sala de aula, ressaltou também que as ciências sociais só aparecem para os alunos no Ensino Médio, o que anula a possibilidade de haver uma “retomada” de conhecimento, uma facilitação da analogia entre estudo teórico da sociologia e sua aplicação prática no cotidiano.
Para encerrar sua participação inicial Ricardo lembrou que o conteúdo de sociologia nos vestibulares aparece de maneira indireta e relativizada, o que dificulta o reconhecimento da importância determinante desta matéria para a assimilação de todo o conteúdo de conhecimento passado aos alunos.
O diretor da Faceres, professor Adalberto Mirada, foi o último a fazer as considerações iniciais antes de abrir espaço para a discussão com os presentes. Em tom comemorativo, o diretor da faculdade disse ser uma enorme alegria estar discutindo a inclusão da sociologia no Ensino Médio: “Embora haja diversas dificuldades, é um avanço na sociedade deste país os alunos estudarem as ciências sociais no colégio”. Segundo ele, a sociologia resgata o homem renascentista, ultrapassando a fragmentação curricular estruturada no século passado e o atualiza. Para o diretor, a sociologia, entre as diversas áreas do conhecimento, é a que tem o papel de integrar as ciências humanas.
Adalberto também atentou para a formação do docente e sua importância para melhorar a atuação do professor em sala de aula e disse que todos os espaços para a sociologia na grade curricular devem ser agora aproveitados, independente do professor que a ocupe, como os formados em histórias ou outras ciências humanas. Para o professor, a ocupação desses espaços agora garantirá o reconhecimento e fomentará uma possível ampliação desses espaços na formação escolar.
Após as considerações iniciais dos professores, a participação foi estendida aos alunos que propuseram questões como: possíveis maneiras de trabalhar a sociologia diferente do proposto pela cartilha governamental; os instrumentos que o professorado possui hoje para lecionar em um momento tão importante para a sociologia; como discutir preconceitos e diferenças se eles também estão integrados ao professor e a atribuição das aulas de sociologia a professores que possuem formação em outras matérias, como história e filosofia.
Texto:Kaio Bittencourt

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