domingo, 30 de maio de 2010

Tucano também pensa Serra e a morte de Deus

Serra e a morte de Deus: uma candidatura perdida nas adversidades

José Serra precisa de ajuda. Não basta aquela que lhe é oferecida por uma mídia favorável. É necessário que alguém reavive seu senso de oportunidade. Um dos males que costumava atacar com muita frequência o brasileiro, principalmente aquele que vivia de salário (a maioria, portanto) consistia na tendência de ser enganado com facilidade.


Faz cerca de oito anos que o PSDB deixou o governo e ainda não se deu conta de que a percepção da realidade mudou. Jogar palavras ao vento, com fez o pré-candidato tucano para uma plateia de militantes (?) do PPS, é um exercício arriscado, uma manifestação que mescla soberba e desespero em dosagem tão hilariante quanto assustadora. Mas nada disso nos permite duvidar de sua capacidade e argúcia analítica. Afinal, como diz o slogan de campanha dos tucanos: "O Brasil pode mais". Resta saber o quê. E para quem. 

Ao afirmar, em uma tentativa de crítica à política econômica do governo Lula que "nós estamos voltando rapidamente a um modelo que não atende à demanda de emprego que o país possui", o ex-governador paulista aposta no total alheamento do eleitor brasileiro. Tamanha credulidade espanta, tendo em vista que o mundo do trabalho — a principal vítima do modelo neoliberal orquestrado pelo tucanato — aprendeu direitinho, na própria pele, o que significou o mercado desregulado como chave para o crescimento econômico e as virtudes do “Estado musculoso", elementos centrais no discurso serrista.

A afirmação sobre empregos não é piada, nem brincadeira de um notívago diletante, mas desespero de um candidato que, em face de uma conjuntura que lhe é totalmente adversa, tem que produzir discursos a todo e qualquer custo. E de Serra, pode-se afirmar várias coisas, menos a de não ser um ator político que sabe o que faz. Sua eventual perdição, entretanto, antes de ser festejada pelas forças progressistas, deve causar desconfiança e vigilância redobrada. Pois é inevitável que os ânimos se acirrem em seus dois principais pólos de apoio: a mídia corporativa e o Poder Judiciário.

Mas a comparação suscitada por suas declarações é inevitável. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o número de vagas criadas no mercado de trabalho bateu recorde no primeiro trimestre de 2010, com um saldo acumulado até março somando 657.259 empregos. Convém retornar no tempo e observar como se comportava a economia brasileira quando o pré-candidato tucano era ministro do Planejamento e Orçamento do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.

O desemprego na indústria atingia 5,7% em 1997 em relação a 1996, resultado fortemente influenciado pela taxa de dezembro, quando a queda foi de 2,6% em relação a novembro, a pior desde dezembro de 1990, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma ideia do tamanho da retração nos empregos, os dados do instituto mostravam uma queda anualizada de 7,3%. Quando Serra pôde mais, o trabalhador pôde menos.

Até então, o governo FHC registrava um desemprego industrial de 19,77%. Mas o “Brasil que não podia mais", aquele que os colunistas econômicos tanto enaltecem, vivia um amargo processo de ajuste, acentuado em 1996, com a atividade econômica represada e a queda no emprego apresentando taxas expressivas. Ao contrário do que afirma Serra foi sob a batuta tucana que “o Brasil adotou uma política econômica desastrosa." 

Mas o discurso do tucano foi além, mirando também o campo da ética, com críticas a supostas práticas de corrupção no governo petista. Como fazem as vestais tucanas, destampou um poço de demônios para sentenciar: "Se aquele que era o guardião da moral, da ética, do antipatrimonialismo toma outro rumo, o rumo oposto, para muita gente Deus morreu". Que metafísica, o ex-governador paulista quer superar com essa alusão a Nietzsche?

Decerto não deve ser a do governo ao qual serviu em dois ministérios. Fernando Henrique não teve escrúpulos de usar métodos condenáveis para evitar investigação da banda podre da administração federal. A retirada de assinaturas para esvaziar a criação da CPI da Corrupção, em 2001, é um belo exemplo. O arrastão de favores para livrar o governo de qualquer constrangimento ficou como um dos mais baixos momentos de um presidente eleito e reeleito pela ansiedade ética na vida brasileira.

Fernando Henrique liberou por bravata os parlamentares de sua base política para subscrever a CPI e, na hora H, liberou verbas estocadas e fez nomeações para cargos públicos. Junto com ACM e José Roberto Arruda, FHC afrontou o sentimento ético da cidadania falando em “linchamento precipitado" quando sua posição anterior incentivava a punição exemplar e imediata. E onde estava José Serra em meio a tudo isso? No Ministério da Saúde, definindo a criação da CPI como uma “brincadeira”, "pretexto eleitoral", "instrumento para prejudicar a governabilidade”.

Em sua campanha, o tucano terá que se confrontar com questões sobre ética e economia. Mas com muita cautela, evitando o reaparecimento de fantasmas incômodos. Eles podem dizer que foi naquela época, e não hoje, que “para muita gente Deus morreu". Um deus imanente, amoral e, tal como os dirigentes aboletados no Estado, servil ao mercado que o pagou.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Por que disso ninguém fala?

“Hoje, enfrentamos o retorno potencial da discriminação da eugenia,
não sob bandeiras nacionais ou credos políticos, mas em função da
ciência do genoma humano e da globalização corporativa. Declarações
diretas de domínio racial estão sendo substituídas por campanhas de
relações públicas e patentes. O poderoso dólar pode em breve decidir
quem fica de que lado na “divisão genética” já em demarcação pelos
ricos e poderosos. Quando estamos a caminho de um novo horizonte,
confrontar nosso passado pode nos ajudar a enfrentar o futuro que nos
espera”.

10 de maio de 2010 às 11:18
Quando a plutocracia demoniza os “fracos”
da introdução do livro War Against the Weak, de Edwin Black
Vozes assombram as páginas de todo livro. Esse livro, em particular,
fala em nome dos não-nascidos, em nome daqueles cujas perguntas nunca
foram ouvidas — daqueles que nunca existiram.
Através das seis primeiras décadas do século 20, centenas de milhares
de norte-americanos e um número não calculado de outros não tiveram a
permissão de continuar suas famílias através da reprodução.
Selecionados por causa de sua ancestralidade, origem nacional, raça ou
religião, eles foram esterilizados à força, erroneamente internados em
instituições psiquiátricas onde morreram em grande número, proibidos
de casar e algumas vezes “descasados” por burocratas estatais. Nos
Estados Unidos, essa batalha para acabar com grupos étnicos foi lutada
não por exércitos armados ou por seitas de ódio às margens da
sociedade. Em vez disso, essa guerra de luvas brancas foi levada
adiante por professores estimados, universidades de elite, ricos
industriais e autoridades do governo que se juntaram em um movimento
racista e pseudocientífico chamado “eugenia”. O objetivo: criar uma
raça Nórdica superior.
Para perpetuar a campanha, fraude acadêmica generalizada combinada com
filantropia corporativa sem limites estabeleceram as razões biológicas
para a perseguição. Empregando um amálgama de achismos, fofoca,
informação falsificada e arrogância acadêmica polissilábica, o
movimento pela eugenia lentamente criou uma burocracia nacional e uma
infraestrutura jurídica para limpar os Estados Unidos dos “unfit”.
Testes de inteligência, coloquialmente conhecidos como QI, foram
inventados para justificar a prisão de um grupo definido como
“feebleminded”. Frequentemente os assim chamados eram apenas tímidos,
de boa fé para serem levados a sério, falavam os idiomas “errados” ou
tinham a cor da pele “errada”. Leis de esterilização forçada foram
aprovadas em vinte e sete estados para evitar que indivíduos-alvo
produzissem mais gente de seu tipo. Leis de proibição do casamento
proliferaram nos Estados Unidos para evitar a mistura de raças.
Litígios foram levados até a Suprema Corte, que aprovou a eugenia e
suas táticas.

O objetivo imediato era esterilizar imediatamente 14 milhões de
pessoas nos Estados Unidos e mais alguns milhões no mundo — o “décimo
mais baixo na escala social” — e assim continuamente eliminar o décimo
“inferior” até restar apenas uma super-raça Nórdica. No fim das
contas, 60 mil norte-americanos foram esterilizados à força e o total
pode ser muito maior. Ninguém sabe exatamente quantos casamentos foram
evitados pelas leis estaduais. Embora muito da perseguição tenha sido
simplesmente resultado de racismo, ódio étnico ou elitismo acadêmico,
a eugenia vestiu o manto de ciência respeitável para esconder seu
verdadeiro caráter.

As vítimas da eugenia eram moradores pobres de áreas urbanas e o “lixo
branco” da zona rural, da Nova Inglaterra à Califórnia, imigrantes que
chegavam da Europa, negros, judeus, mexicanos, indígenas, epiléticos,
alcoólatras, batedores de carteira e doentes mentais ou qualquer um
que não se enquadrasse no ideal Nórdico dos loiros de olhos azuis que
o movimento da eugenia glorificava.

A eugenia contaminou muitas outras causas sociais, médicas e
educacionais nobres, do movimento pelo controle da natalidade ao
desenvolvimento da psicologia ao movimento pelo saneamento urbano.
Psicólogos perseguiram seus pacientes. Professores estigmatizaram seus
alunos. Associações de caridade pediram para mandar aqueles que pediam
ajuda para câmaras da morte que esperavam ver construídas. Escritórios
de apoio à imigração conspiraram para mandar os mais necessitados para
programas de esterilização. Líderes da oftalmologia conduziram uma
longa campanha para perseguir e esterilizar à força todos os parentes
de todos os americanos com problemas na visão. Tudo isso aconteceu nos
Estados Unidos anos antes da ascensão do Terceiro Reich na Alemanha.

A eugenia tinha como alvo a Humanidade, assim seu escopo era global.
Os evangelistas da eugenia provocaram movimentos similares na Europa,
na América Latina e na Ásia. Leis de esterilização forçada apareceram
em todos os continentes. Cada estatuto ou regra da eugenia — da
Virgínia ao Oregon — foi promovida internacionalmente como mais um
precedente para incentivar o movimento internacional. Uma pequena  e
fechada rede de jornais médicos ou proponentes da eugenia, encontros
internacionais e conferências mantiveram os generais e os soldados do
movimento em dia e armados para tirar proveito da próxima oportunidade
legislativa.

Eventualmente, o movimento de eugenia dos Estados Unidos se espalhou
para a Alemanha, onde causou fascínio em Adolf Hitler e no movimento
nazista. Sob Hitler, a eugenia foi muito além do sonho de qualquer
eugenista norte-americano. O Nacional Socialismo transformou a busca
americana por uma “raça superior Nórdica” na busca de Hitler por uma
“raça ariana superior”. Os nazistas gostavam de dizer que “o Nacional
Socialismo não é nada mais que biologia aplicada”, e em 1934 o
Richmond Times-Dispatch publicou a frase de um proeminente eugenista
norte-americano segundo a qual “os alemães estão nos derrotando em
nosso próprio jogo”.

A eugenia nazista rapidamente venceu o movimento norte-americano em
velocidade e ferocidade. Nos anos 30, a Alemanha assumiu a liderança
do movimento internacional. A eugenia de Hitler teve o apoio de
decretos brutais e das máquinas de processamento de dados da IBM, de
tribunais de eugenia, programas de esterilização em massa, campos de
concentração e do virulento antissemitismo biológico — tudo com
aprovação aberta dos eugenistas norte-americanos e de suas
instituições. Os aplausos diminuiram, mas apenas relutantemente,
quando os Estados Unidos entraram em guerra em dezembro de 1941.
Então, sem  que o mundo soubesse, os guerreiros da eugenia alemães
operavam campos de exterminio. Eventualmente, a loucura da eugenia
alemã levou ao Holocausto, à destruição dos ciganos, ao estupro da
Polônia e à dizimação da Europa.

Mas nada do racismo científico dos Estados Unidos teria se espalhado
sem apoio da filantropia corporativa.

Nestas páginas você vai conhecer a triste verdade sobre como as razões
científicas que levaram aos médicos assassinos de Auschwitz foram
primeiro formuladas em Long Island, no laboratório de eugenia da
Carnegie Institution em Cold Spring Harbor. Você descobrirá que no
regime de Hitler antes da guerra, a Carnegie, através de seu complexo
de Cold Harbor, propagandeava de forma entusiasmada o regime nazista e
distribuia filmes antissemitas do Partido Nazista em escolas dos
Estados Unidos. E você vai descobrir as ligações entre os grandes
aportes financeiros da Fundação Rockefeller e o establishment
científico alemão, que deram início aos programas de eugenia que
resultaram em Mengele em Auschwitz.

Só depois que a verdade sobre os campos de extermínio nazista se
tornou pública o movimento americano pela eugenia perdeu força.
Instituições de eugenia dos Estados Unidos correram para trocar o
nome, de “eugenia” para “genética”. Com sua nova identidade, o que
restou do movimento se reinventou e ajudou a estabelecer a moderna e
iluminada revolução da genética humana. Embora a retórica e os nomes
tenham mudado, as leis e os modos de pensar ficaram em seu lugar.
Assim, décadas depois que o julgamento de Nuremberg rotulou os métodos
da eugenia de genocídio e crime contra a humanidade, os Estados Unidos
continuaram a esterilizar à força e a proibir casamentos
“indesejáveis”.

Comecei dizendo que este livro fala em nome dos nunca nascidos. Também
fala em nome das centenas de milhares de refugiados judeus que
tentaram escapar do regime de Hitler mas tiveram os pedidos de visto
negados pelos Estados Unidos por causa do ativismo abertamente racista
da Carnegie Institution. Além disso, estas páginas demonstram como
milhões foram assassinados na Europa precisamente porque foram
rotulados como formas inferiores de vida, que não valia a existência —
uma classificação criada nas publicações e pesquisas acadêmicas da
Carnegie Institution, certificadas através de financiamentos da
Fundação Rockfeller, validadas por acadêmicos das melhores
universidades da Ivy League e financiadas pela fortuna ferroviária da
família Harriman. A eugenia não foi mais que a filantropia corporativa
“gone wild”.

Disponível em www.viomundo.com.br
Acesso em 12 5 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Paulo Nogueira e o macartismo da Folha

Preparando-se para a guerra eleitoral, a mídia demotucano já iniciou a "limpeza ideológica" nas suas redações. Na semana passada, o Grupo Abriu demitiu o editor da National Geographic do Brasil, Felipe Milanez, que criticou no seu twitter as distorções grosseiras da revista Veja. Agora, é a Folha de S.Paulo que dispensa o economista Paulo Nogueira Batista Junior, atual diretor do Brasil no FMI e um dos poucos colunistas que ainda justifica a leitura deste pasquim golpista.

O argumento usado é risível. A famíglia Frias alegou que "sua coluna é das mais longevas", só não explicou porque outros antigos colunistas nunca foram molestados. Paulo Nogueira sempre foi um ácido crítico das políticas neoliberais de desmonte do Estado e da nação. Ele nunca deu tréguas aos tucanos colonizados, com seu "complexo de vira-lata". Na luta de idéias em curso na batalha eleitoral, o economista seria um estorvo para José Serra, o candidato do Grupo Folha.

Relembrando as perseguições de 2006

Para disfarçar a sua política macartista de "caça às bruxas", a Folha anunciou um novo plantel de colunistas, que inclui o Antonio Palocci. Com isso, ela tenta preservar a falsa imagem de "jornal pluralista". Mas, como ironiza o jornalista Paulo Henrique Amorim, a jogada é rasteira. "Antônio Malloci, ex-ministro da Fazenda, como se sabe é um notável tucano que eventualmente milita no PT. Paulo Nogueira Batista Junior era um dos últimos vestígios de talento que a Folha exibia... A Folha, com um novo conjunto de ‘colonistas’, aproxima-se cada vez mais da treva sem fim".

O clima de perseguição ideológica nas redações da mídia "privada" não é novidade. Na sucessão presidencial de 2006, ele também produziu suas vítimas, entre elas o jornalista Rodrigo Vianna, que não aceitou as baixarias da TV Globo na cobertura da campanha. Franklin Martins e Tereza Cruvinel também sentiram o ódio do "senhor das trevas" das Organizações Globo, Ali Kamel. Nos jornais e revistas, a perseguição fascistóide silenciou vários outros jornalistas.

A quem serve a liberdade de expressão?

Como afirma o professor Venício A. de Lima, estes episódios revelam "a hipocrisia geral que envolve as posições públicas dos donos da mídia sobre liberdade de expressão e liberdade de imprensa... As relações de trabalho nas redações brasileiras, é sabido, são hierárquicas e autoritárias. Jornalistas e editores são considerados, pelos patrões, como ocupando ‘cargos de confiança’ e devedores de lealdade incondicional". Caso tentem manter a ética no seu trabalho jornalístico, eles são demitidos sumariamente.

Com a aproximação da eleição presidencial de outubro, o clima tende a se deteriorar ainda mais nas redações, comprovando a falsidade do discurso dos donos da mídia e das suas entidades -como Abert, Aner e ANJ- sobre a "ameaça autoritária" do governo Lula contra a liberdade de imprensa. "Episódios como este nos obrigam a perguntar, uma vez mais, para quem é a liberdade de expressão que a grande mídia defende?", conclui o professor Venício A. de Lima.

A mídia ‘vira-lata’ e o acordo Brasil-Irã

Altamiro Borges *


Adital -


Apesar da bronca recente que levou do irritadiço José Serra, a jornalista Miriam Leitão mantém-se uma seguidora canina das teses demo-tucanas. No programa Espaço Aberto, da Globo News desta quinta-feira (20), ele entrevistou dois "renomados especialistas" sobre o acordo Brasil-Irã: Luiz Felipe Lampreia e Sérgio Amaral. Excitada com as opiniões emitidas, ela só não informou aos ingênuos telespectadores que ambos são tucanos de carteirinha, serviram ao entreguista FHC e hoje viraram as estrelas da TV Globo no combate hidrófobo à política externa do governo Lula.

Ex-porta-voz e ex-ministro de FHC, Sérgio Amaral nem disfarçou o seu ressentimento e inveja. Para ele, o Brasil não deveria se meter nos conflitos na região. Explicitando o seu servilismo, ele tentou desqualificar o "atual protagonismo" do Itamaraty, afirmando que isto pode prejudicar as relações com os EUA. Repetindo os relatórios da CIA, também garantiu que o Irã é uma ameaça à paz mundial - mas não falou uma linha sobre as ogivas e as ações belicistas do governo ianque. Mais "diplomático", Lampreia, outro serviçal de FHC, também ridicularizou o acordo Brasil-Irã.

Sucursais rastaqüeras da mídia dos EUA

Miriam Leitão não é a única a usar os meios de comunicação, inclusive as concessões públicas, para repetir as velhas teses colonizadas. Na prática, a maior parte da mídia nativa mais se parece com uma sucursal rastaqüera da imprensa ianque - e do Departamento do Estado dos EUA. Ela é a expressão acabada do "complexo de vira-lata", ironizado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues. Foi uma entusiasta da política de "alinhamento automático com os EUA", praticado por FHC, e defendeu acriticamente o tratado neocolonial da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

A mídia demotucana sempre foi covarde diante do império e prepotente diante das nações mais sofridas. Ela embarcou com tudo nas 938 mentiras alardeadas pelo presidente-terrorista George W. Bush para justificar a invasão e o genocídio no Iraque, num patriotismo às avessas. Já quando Evo Morales nacionalizou o petróleo da Bolívia, ela exigiu do presidente Lula o rompimento das relações diplomáticas e até o envio de tropas para a fronteira. A mesma arrogância se manifestou quando das negociações sobre Itaipu, num discurso agressivo contra o governo do Paraguai.

Ceticismo, inveja e dor de cotovelo

Esta visão colonizada ficou, mais uma vez, escancarada nas negociações de paz entre Brasil-Irã-Turquia. Num primeiro momento, a mídia apostou no total fracasso da iniciativa. Como relata o professor Dennis de Oliveira, os jornalões conservadores afirmaram que o presidente Lula estaria "perdendo tempo" e "arriscando a credibilidade internacional do país". A Folha estampou em sua manchete que "Irã dá ao Brasil um polêmico protagonismo", num artigo carregado de ceticismo. O Estadão também menosprezou as negociações, prognosticando seu insucesso.

Já quando o acordo foi assinado, a mídia, ainda meio desnorteada, procurou desqualificá-lo. Em nenhum momento, ela enfatizou que os termos do acordo são os mesmos propostos pelo próprio Conselho de Segurança da ONU. O que antes ela defendia, agora se opõe - numa típica postura ideologizada contra o governo Lula. "A aposta no fracasso deu lugar ao ceticismo com misto de inveja e dor de cotovelo", constata Dennis de Oliveira. Na sua oposição ao acordo, o Estadão usou até as declarações infelizes da candidata Marina Silva, que se prestou ao trabalho sujo.

Repercussão mundial omitida

No seu complexo de vira-lata, a mídia colonizada nem sequer repercutiu análises mais isentas da imprensa mundial. O jornal francês Le Monde, por exemplo, elogiou o Brasil e destacou que "o Sul emergente já aparecera antes, em cena que provocou frisson e alarido no palco internacional, em domínios do meio ambiente e comércio. Essa semana, inaugura nova etapa, importante sinal de quanto aumenta o poder desses países. Ei-los ativos em terreno que, até agora, permanecia quase monopólio das tradicionais ‘grandes potências’: a proliferação nuclear no Oriente Médio".

Já o jornal britânico The Guardian realçou que o acordo "marca o nascimento de uma nova força altamente promissora no cenário internacional: a parceria Brasil-Turquia... O que se viu foi que negociadores competentes em negociações bem encaminhadas por dois líderes mundiais destruíram a versão, difundida por Washington, de que o Irã não faria acordos e teria de ser ‘atacado’". Miriam Leitão, Sérgio Amaral, Lampreia, FHC e o presidenciável Serra devem morrer de inveja diante de tantos elogios, que a mídia nativa omite. Podem até cortar os pulsos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eles estavam lá, mas não votaram o Projeto FICHA LIMPA e o Ranking da Corrupção por Partido

Eles estavam lá, mas não votaram o ficha limpa

De acordo com dados oficiais da Secretaria Geral da Mesa da Câmara, 55
parlamentares não votaram o projeto ficha limpa, embora estivessem
presentes na sessão. Veja aqui a lista, em primeira mão

Mario Heringer foi um dos deputados que registraram presença e não
votaram o projeto ficha limpa na noite de terça-feira (4)

Edson Sardinha e Thomaz Pires

Cinquenta e cinco deputados deixaram de votar o projeto ficha limpa,
embora estivessem presentes na sessão que resultou na aprovação da
proposta que proíbe a candidatura de políticos com condenação na
Justiça. Segundo a lista de presença da sessão, iniciada às 21h09 de
ontem (4) e encerrada a 0h27 desta quarta-feira (5), 445 parlamentares
registraram presença. Mas apenas 389 votaram. O presidente da Casa,
Michel Temer (PMDB-SP), também estava presente, mas só vota em caso de
empate.

O PMDB, com 15 deputados, o PP, com sete, foram os partidos com maior
número de parlamentares que deixaram de votar mesmo tendo registrado
presença na sessão. O PT, com seis nomes, o DEM, com cinco, o PR e o
PTB, com quatro, vêm a seguir. Há ainda três deputados do PSDB, três
do PRB, um do PTC e um do PV que constam da lista de presença oficial
da Câmara, mas
não figuram na relação dos que votaram, também divulgada pela
Secretaria Geral da Mesa.

A lista a seguir, divulgada em primeira mão pelo Congresso em Foco,
reúne deputados de 17 estados. Destaque para as bancadas de Minas
Gerais e do Piauí. Dez dos 46 parlamentares mineiros presentes não
votaram, nem a favor, nem contra, nem se abstiveram formalmente. O
mesmo ocorreu com metade dos dez deputados piauienses que estavam
presentes na sessão mas não registraram voto.

O texto-base do projeto ficha limpa foi aprovado com 388 votos
favoráveis. O único voto contrário, segundo seu autor, foi por engano.
Além dos 55 deputados que estavam presentes e não votaram, outros 68
faltaram à sessão. A votação dos destaques está prevista para esta
tarde.

Veja a lista de quem estava na Câmara, mas não votou o ficha limpa, por Estado:

Alagoas
Augusto Farias PP

Amazonas
Sabino Castelo Branco PTB

Bahia
Félix Mendonça DEM
José Carlos Araújo PDT

Ceará
Aníbal Gomes PMDB
Flávio Bezerra PRB
José Linhares PP
José Pimentel PT
Manoel Salviano PSDB
Mauro Benevides PMDB

Goiás
Leandro Vilela PMDB
Luiz Bittencourt PMDB
Pedro Chaves PMDB
Professora Raquel Teixeira PSDB
Rubens Otoni PT

Maranhão
Cleber Verde PRB
Clóvis Fecury DEM

Minas Gerais
Ademir Camilo PDT
Antônio Andrade PMDB
Carlos Willian PTC
Fábio Ramalho PV
George Hilton PRB
João Magalhães
Leonardo Quintão PMDB
Mário Heringer PDT
Silas Brasileiro PMDB
Virgílio Guimarães PT

Mato Grosso do Sul
Dagoberto PDT

Santa Catarina
Mauro Mariani PMDB

Pará
Giovanni Queiroz PDT

Paraíba
Armando Abílio PTB
Wellington Roberto PR
Wilson Santiago PMDB

Pernambuco
Eduardo da Fonte PP
José Chaves PTB
Roberto Magalhães DEM
Fernando Nascimento PT

Piauí
Antonio José Medeiros PT
Ciro Nogueira PP
José Maia Filho DEM
Paes Landim PTB
Themístocles Sampaio PMDB

Rio de Janeiro
Fernando Lopes PMDB
Leonardo Picciani PMDB
Solange Almeida PMDB

Rio Grande do Norte
Betinho Rosado DEM

São Paulo
Aline Corrêa PP
Beto Mansur PP
Milton Monti PR
Paulo Pereira da Silva PDT
Vadão Gomes PP
Valdemar Costa Neto PR

Tocantins
Eduardo Gomes PSDB
Osvaldo Reis PMDB
Vicentinho Alves PR

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=32817

Marquinho Mota
Assessoria de Comunicação - Rede FAOR
faor.comunicacao@faor.org.br
www.xingu-vivo.blogspot.com
(91) 32614334 - FAOR
(91) 8268 4457 - Belém
(93) 9142 4472 - Santarém
Pai da Iamã, da Anuã e do Iroy
Assessoria à Rádios Comunitárias
Viva o Rio Xingu, Viva o Rio
Tapajós,Vivos Para Sempre!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O QUE HÁ POR DETRAZ DO CRIME DE SUZANE Von Richthofen

Há algo de podre no ninho dos tucanos
por jpereira última modificação 23/01/2008 14:02
Colaboradores: Editorial do jornal Brasil de Fato (Ed. 256)

"http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/ha-algo-de-podre-no-ninho-dos-tucanos/?searchterm=Richthofen"

O PSDB deveria se preocupar de imediato (pois nesse caso têm todas as
informações e canais necessários) em esclarecer o caso Von Richthofen
Editorial do jornal Brasil de Fato (Ed. 256)

De acordo com o que a grande mídia se cala e o tucano esconde – mas
que acaba sempre vazando – o que se comenta por toda parte, e com
claros e fortes indícios de ser verdade, é que o cerco e a proteção
que envolvem a senhorita Suzane desde o primeiro momento resultam de
uma forte ação de personagens ligados ao Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB). Na verdade, essa proteção a senhorita Suzane,
visaria esconder o real móvel do crime, que se entrelaça com o modo
tucano de fazer política, com a probidade tucana.
De acordo com diversos comentaristas e fontes, o engenheiro Manfred
Von Richthofen, pai da senhorita Suzane, e na época do crime diretor
da empresa pública estadual (SP) DERSA – Desenvolvimento Rodoviário
S.A., era um dos reponsáveis pelo caixa 2 das campanhas pela reeleição
do então governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e pela
eleição do senhor José Serra – também tucano – que disputava a
Presidência da República naquele ano (2002).
Parte do dinheiro que engrossava o milionário caixa 2 tucano teria
origem em falcatruas e desvios de verbas destinadas à construção do
Rodoanel Mário Covas. Segundo apurou o Ministério Público, o senhor
Manfred tinha um patrimônio de R$ 2 milhões, muito superior ao que
poderia ter acumulado, considerando que seu salário no DERSA era de R$
11 mil. Além disso, o senhor Von Richthofen enviava dinheiro para uma
conta na Suíça que o Ministério Público “desconfia” estar em nome do
senhor Von Richthofen e de sua filha, senhorita Suzane. Ou seja, o
móvel do crime perpetrado pela filha contra os pais seria exatamente o
dinheiro do caixa 2 tucano que estaria depositado nessa conta.
Sem dúvida alguma, um crime não legitima outro crime.
No entanto, criminosos e acobertadores de crimes não têm qualquer
legitimidade para se travestir de vestais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Por que Serra não foi ao 1º de Maio?

Nas comemorações do Dia Internacional dos Trabalhadores, o presidente
Lula e a pré-candidata Dilma Rousseff participaram dos três principais
atos em São Paulo. Ambos foram recebidos com entusiasmo por mais de
1,5 milhão de pessoas nestas festividades, que tiveram como bandeira
central a luta pela redução da jornada de 44 para 40 horas semanais.
Já o presidenciável demotucano José Serra preferiu não participar das
manifestações do 1º de Maio.

Rechaçado pelas seis centrais sindicais legalizadas no país, o
candidato da oposição neoliberal-conservadora aproveitou a data para
participar de um culto religioso organizado pela Assembléia de Deus em
Santa Catarina. O evento foi bancado pela prefeitura de Camboriú e
pelo governo do estado, ambos administrados por tucanos. Eles
destinaram R$ 540 mil para o evento, nos quais alguns pastores fizeram
orações em apoio explícito a José Serra. A mídia demotucana, que
critica tanto as centrais sindicais por receberem recursos públicos,
preferiu ocultar a doação “sagrada”.

Teste de múltipla escolha

Mas por que José Serra não foi aos atos do 1º de Maio? Afinal, como
ex-governador, ele até foi convidado oficialmente pela Força Sindical.
Para o presidente da central, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o
Paulinho, a resposta é simples: “Ele tem medo dos trabalhadores”. Há
outras hipóteses e o leitor pode votar numa das cinco elencadas abaixo
neste teste de múltipla escolha:

1) Como ex-deputado na Assembléia Nacional Constituinte, em 1987/88,
ele votou contra vários direitos dos trabalhadores, segundo
levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), e temia ser lembrado por seu nefasto passado e vaiado pelos
manifestantes;

2) Como ex-ministro de FHC, ele foi cúmplice da regressão trabalhista
promovida nos oito anos de reinado tucano, que gerou recordes de
desemprego, arrocho salarial, informalidade da mão-de-obra e
precarizaçao do trabalho. Serra, cupincha de FHC, seria lembrando por
esta tragédia;

3) Como ex-governador de São Paulo, Serra reprimiu violentamente todas
as mobilizações dos trabalhadores, como a recente greve dos
professores. Intransigente, ele nunca aceitou negociar com os
sindicatos ou com o MST. A vingança poderia ser maligna nos atos do 1º
de Maio;

4) Como candidato à presidente, o tucano representa o que há de mais
reacionário no patronato e expressa suas idéias de flexibilização
selvagem das leis trabalhistas. Será que ele teria coragem de defender
a redução da jornada de trabalho? Do contrário, tome mais vaias;

5) Todas as alternativas anteriores – e muitas outras.

Altamiro Borges.

domingo, 2 de maio de 2010

Aldo Rebelo, a Frente Nacionalista que quer modificar o Código Florestal e quem banca este falso comunista/socialista.

Ivan Valente grita “truco!” na orelha de Aldo Rebelo

Truco! Seis! Nove! Doze?

Os ruralistas, Aldo Rebelo (PC do B-SP) à frente, haviam convocado os
financiadores da SOS Mata Atlântica, como Coca-Cola, Unilever e
Bradesco, para deporem na Comissão de Meio Ambiente. Como a entidade
havia proposto a criação de uma lista de parlamentares exterminadores
do futuro por suas ações contra o desenvolvimento sustentável,
buscou-se uma forma de intimidação pública.

Através de requerimento do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP),
foi aprovada ontem, na Comissão Especial do Código Florestal,
convocação para ouvir as multinacionais que financiam a bancada
ruralista. De acordo com a assessoria de Valente, Aldo (que teve a
campanha irrigada por grandes empresas como a Votorantim e a
Caemi/Vale) propôs a retirada do requerimento sobre a SOS Mata
Atlântica assim que viu o que estava para acontecer. Mas, pelo menos
dessa vez, o Congresso ficou sem ver uma negociata, uma vez que o
deputado do Psol se recusou a retirar o pedido. Os dois requerimentos
foram a votação e acabaram aprovados. Tem gente que vai sentir o gosto
amargo do próprio veneno.

“Os mesmos que defendem tais mudanças na legislação ambiental são
aqueles que foram contra a Lei dos Crimes Ambientais. São os mesmos
que, além de defenderem quem sistematicamente descumpre a lei
ambiental – como recomendou a senadora Kátia Abreu –, fazem lobby
pesado junto ao governo pelo adiamento constante da entrada em vigor
do decreto que determina a recuperação da reserva legal, aplicando
sanções a proprietários que desmataram mais do que o permitido”,
afirmou Ivan Valente em nota. Para ele, é preciso deixar claro que
interesses estão por trás da atuação desses parlamentares.

Como já disse aqui anteriormente, fala-se de interesses externos de
olho no solo e no subsolo da Amazônia. Culpa-se as ONGs estrangeiras
que atuam aqui por isso. O problema é que parte da sociedade,
parlamentares incluídos, trata disso como se o monopólio da canalhice
residisse no terceiro setor, ignorando o que é feito por certas
empresas e representantes do Estado. Parlamentares raramente falam
sobre a degradação ambiental, social, trabalhista causada por grupos
estrangeiros e nacionais que têm interesse no tipo de “progresso” a
qualquer custo. A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal já estão
internacionalizados. E não é de agora. A discussão travada hoje não é
pelo acesso aos recursos e sim pelo espólio.

As convocações foram feitas. Quem não tem cartas na mão e está apenas
blefando que se cuide. Quem sai ganhando com tudo isso? A sociedade,
que vai receber um banho de transparência.