"Olá amigos,
Olá amigos,
recomendo uma visita ao Blog Impertinências, do prof. Antonio Celso Ferreira. Professor Títular da Unesp de Assis, assessor da Editora da Unesp e autor dos seguintes livros: A conquista do sertão (Atual); A epopéia bandeirante: letrados, instituições e invenção Histórica (Ed. Unesp); Um Eldorado Errante: São Paulo na ficção histórica de Oswald de Andrade (Ed. Unesp).
Em seu blog encontraremos texto e comentários relacionados a cultura, política, universidade e historiografia. Tratados de uma forma provocadora e impertinente, é claro.
Boa leitura, abraço e segue o endereço.
http://www.acimpertinencias.blogspot.com/
Prof. Celso Carvalho Jr
Pessoal vamos visitar o blog
Recomendado pelo Prof, Celso Carvalho Jr., nosso querido Celsinho
Esse Blog é para divulgações e discussões acerca de eventos e textos da Ciências Sociais da FACERES e convidados.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Palestra dia 18/09
Tema: A sociologia de Florestan Fernandes
Palestrante: Prof. Dr. Ricardo Constante Martins
A última noite da VII Semana de Ciências Sociais recebeu o Prof. Dr. Rodrigo Constante Martins para palestrar sobre o tema “A Sociologia de Florestan Fernandes”. Rodrigo já ressaltou logo no início das considerações que o trabalho de Florestan Fernandes deve ser encarado pela perspectiva de uma sociologia desafiadora, de atuação política e dedicada à área da educação.
O palestrante frisou que a importância do trabalho do sociólogo também se deve ao fato dele inaugurar uma nova modalidade de Sociologia Cientifica no Brasil, modalidade que se formalizou com o início das atividades da Escola Paulista de Sociologia fundada por Florestan entre as décadas de 50 e 60.
Ricardo Martins ressaltou que o sociólogo desenvolveu uma capacidade intelectual muito grande para superar dificuldades em sua teoria que geralmente são insuperáveis até mesmo nos trabalhos clássicos.
Em um rápido retrospecto da vida de Florestan, Ricardo destacou que o professor estudou praticamente como autodidata até os 18 anos, enquanto trabalhava para ajudar a mãe com as contas da casa. Ao terminar o supletivo foi aceito no curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, curso até então destinado a formar a elite da classe intelectual paulistana. Firma-se como professor titular na universidade onde conclui o doutorado. Entre seus alunos merecem destaque o pensador Octavio Ianni e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na USP torna-se o grande nome da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, porém, no fim da década de 60, é aposentado pela ditadura militar e vai para os Estados Unidos e logo após para o Canadá. Na década de 70 retorna ao Brasil onde encontra abrigo na PUC. Nos anos 80 ingressa na política, funda o Partido dos Trabalhadores e se elege deputado.
Um dos ícones de seu trabalho é a obra “A integração do negro nas sociedades de classe”, que lhe rendeu a cadeira de professor titular na Universidade de São Paulo. Este livro traz a inclusão de algumas categorias no debate intelectual brasileiro, como “raça”. Além da integração do negro na sociedade competitiva, a obra também contempla o debate do “mito da democracia nacional no Brasil”.
Nesta etapa da palestra o professor abriu um parêntese para esclarecer o debate: “Uma das características das revoluções burguesas foram a estrutura econômica de classes e a estrutura de direitos iguais entre indivíduos. Esses fatores são imprescindíveis para caracterizar um estruturação capitalista. Porém o Brasil se estruturou socialmente em classes econômicas sem se estruturar na questão dos direitos e, ao negro, nem mesmo a condição de classe foi deixada, segmentando uma grande parcela da população que não podia sequer se organizar como classe social”, explicou Ricardo Martins.
Ainda segundo o professor, Florestan Fernandes considerava que havia alguma coisa de errado com a sociedade que não conseguia organizar suas classes sociais. “Nós não conseguimos nos organizar quando não conseguimos posicionar o negro no mercado de trabalho”, afirmou Ricardo.
Antes de finalizar sua participação e encerrar o circuito de palestras da VII Semana de Ciências Sociais da Faceres, o professor Ricardo Martins listou três temas no quais as contribuições de Florestan Fernandes foram decisivas para a sociologia brasileira: o capitalismo dependente; o capitalismo agrário e a classe social como sendo um conceito puro na realidade brasileira, além de apresentar o conceito da expropriação do excedente econômico na economia brasileira.
Como tradicionalmente acontece, ao final das exposições do professor foi aberto espaço para questões e observações dos presentes e o tema racial mostrou-se como de maior repercussão entre os alunos.
Abro aqui o espaço para agradecer mais uma vez, Kaio valeu pela força, e ter se superado para elaborar os textos, sem comparação a os que fiz o ano passado, valeu.
sábado, 19 de setembro de 2009
Palestra dia 17/09
Tema: A sociologia de Guerreiro Ramos
Palestrante: Prof. Ms. Silvano da Conceição
Na penúltima noite da VII Semana se Ciências Sociais da Faceres foi debatido um autor pouco conhecido pela maioria dos alunos: Alberto Guerreiro Ramos, um sociólogo brasileiro que se preocupou co questões práticas da Sociologia e que teve uma aproximação com os movimentos e com a história do negro em nosso país.
Para falar sobre este autor foi convidado o professor Silvano da Conceição, que iniciou sua palestra já fazendo uma referência clara a oposição que Guerreiro Ramos fazia entre a “Sociologia Enlatada”, que procura resposta nos trabalhos sociológicos europeus e norte-americanos sem se preocupara com as particularidades do local estudado e a “Sociologia Dinâmica”, que além de levar em consideração os aspectos regionais do local estudado, oferece também possibilidades práticas que podem levar a modificação da realidade social.
Para facilitar o entendimento dos alunos presentes, Silvano dividiu o trabalho de Guerreiro Ramos em etapas:
Década de 40 – decênio que define a trajetória e a formação acadêmica do autor que se formou em Ciências Sociais e Direito. Antes deste período, Ramos era conhecido apenas por seu trabalho de crítica literária. Destacam-se em sua formação a influência de fenomenologia e do existencialismo. Neste período o autor luta pelo reconhecimento de que apenas através de uma visão nacionalista seria possível entender os problemas que existem no Brasil e se aproxima do teatro experimental negro. Para Ramos, o Brasil possui uma dívida contraída no passado com os negros, a qual o país faz questão de ignorar, impedindo que os problemas que resultaram desta negligência sejam compreendidos e resolvidos.
Década de 50 – período no qual o autor se envolve que o Instituto Brasileiro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta década Ramos percebe que é fundamental associar pensamento à ação e defende uma sociologia militante, que deveria acontecer fora dos gabinetes acadêmicos e limitados a pura teoria.
Década de 60 – O autor olha para a sociologia na perspectiva da política e da administração pública. Neste período o autor chama a atenção para a oportunidade de promover o desenvolvimento nacional refletindo sobre as políticas públicas e as administrações. Neste período Ramos lança uma de suas principais obras, “A redução Sociológica”, onde fica clara a sua intenção de propagar a idéia de uma sociologia militante.
Silvano lembrou que para os críticos de Guerreiro Ramos, na tentava de conciliar sociologia e política, o autor acaba por não deixar uma grande obra e também não decola na careira política. Com o início da ditadura militar o sociólogo se muda para os Estados Unidos de onde só retorna em 1979, quando inicia a produção de uma séria de artigos onde acusa o corpo político nacional de cometer diversos crimes contra a população. Ramos faleceu em 1981, as vésperas de ocupar uma vaga na Universidade Federal da Bahia.
Ao fim da apresentação do professor Silvano, foi formada uma mesa redonda com a participação de ex-alunos do curso de Ciências Sociais da Faceres que atuam como professores da disciplina atualmente.
A primeira a dar depoimento sobre a carreira e os desafios foi a professora Marli Gomes, que se formou com a 1° turma de sociologia. Ela relatou que ficou surpresa ao conseguir muitas aulas logo na primeira atribuição que participou na cidade de Fernandópolis, onde reside atualmente. Marli deixou claro que a Sociologia ainda é subjugada pelo corpo docente das escolas e sobre a importância do professor de fomentar o movimento intelectual dos alunos nos colégios.
Logo após foi a vez do professor Daniel da Silva, que iniciou o curso com a primeira turma da Faceres, mas, por problemas pessoais, só veio a terminar a graduação junto à terceira turma. Daniel reforçou a idéia de que um dos maiores desafios dos professores hoje é aproximar a Sociologia ao cotidiano dos alunos, buscando associá-la as experiências familiares e profissionais dos discentes.
O terceiro a dar seu depoimento foi o professor David Santiago, formado junto à segunda turma da faculdade. Ele contou que início sua experiência de ensino nas matérias de história e filosofia e lembrou que mesmo as escolas particulares possuem materiais didáticos para a Sociologia que não são completos, embora melhores que o material das escolas públicas.
Para fechar a participação de ex-graduandos, a professora Mariana Cabrera deu o seu relato de como foi complicado o início de sua vida docente, principalmente com a preparação de aulas e o número de alunos que existe em cada classe no ensino público. A professora também relatou os desafios de se associar o conteúdo da Sociologia com o cotidiano dos alunos fora do colégio.
Em clima de Fórum, seguiu-se um debate entre os participantes da mesa e os presentes e novamente problemas como o material de aula e o interesse dos alunos deram o tom das discussões.
Palestra dia 16/09
Tema: Aspectos legais da inserção as disciplina de Sociologia no Ensino Médio
Palestrante: Prof. Jesus Maria Martines
Prof. Antônio Arnaldo Gomes
A terceira noite da VII Semana de Ciências Sociais da Faceres abordou os “Aspectos Legais da inserção da disciplina de Sociologia no Ensino Médio”. Os professores Jesus Maria Martines, diretor pedagógico do colégio São José, e Antonio Arnaldo Gomes, coordenador pedagógico da escola Prof. Sônia Maria Venturelli e professor da Coopem de Rio Preto levaram aos alunos suas experiências e expectativas sobre a inserção da Sociologia e da Filosofia no currículo do Ensino Médio.
O professor Jesus Martines foi quem iniciou as palestras. De uma maneira bem humorada, o professor definiu a Sociologia como um meio de conhecer e explicar a realidade social para nela intervir.
Jesus utilizou slides para demonstrar aos presentes como a lei que regulamenta a Filosofia e a Sociologia no Ensino Médio é vaga e cheia de falhas que permitem às escolas burlarem as determinações do Estado. Demonstrou o porquê de tantas mudanças, dando exemplo da diferença entre a determinação de 2006, a qual previa que o aluo deveria conhecer o processo histórico da transformação da sociedade e da cultura, que permita que diversas maneiras de se aplicar conteúdos que pudessem ser considerados como “ensino de sociologia” e a determinação de 2008 que obrigou as escolas a lecionarem as duas ciências de maneira igual as demais matérias curriculares.
Quanto a implantação gradativa da sociologia no ensino médio, o professor Jesus demonstrou que mesmo os conselhos e secretárias regionais de educação não conseguem chegar a um consenso. O palestrante também frisou os motivos políticos que levaram o estado de São Paulo a ser o último do país a adotar a sociologia no currículo escolar.
Um dos pontos mais destacados pelo professor foi o perigo que representa a autorização que os colégios possuem de trabalhar 20% de suas matérias no modelo semipresencial. Isso permitiria que tanto a Sociologia quanto a Filosofia sejam ministradas por professores de outras áreas, uma vez que para ser tutor de matérias semipresenciais não há a necessidade de formação na área lecionada.
Para fechar suas considerações, Jesus Martines lembrou aos presentes que países como Chile, Uruguai e Argentina oferecem ao aluno a opção de um Ensino Médio diversificado, com algumas matérias bases obrigatórias e outras complementares de escolha individual e criticou o método brasileiro que propõe que o aluno estude todas as matérias, independente de sua preferência, até a conclusão do ciclo escolar.
Foi então que o professor Antônio Arnaldo Gomes iniciou suas considerações. Ele contou aos presentes que participou da luta pela inclusão da Filosofia e da Sociologia em passeatas e congressos e lembrou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vetou os projetos que previam a obrigatoriedade de tais matérias na grade curricular.
Para aquecer um pouco mais a discussão, o professor Arnaldo deixou no ar a questão de que até que ponto a cultura escolar tem correspondência com a cultura de vida dos alunos: “É natural do homem considerar algo quando tem resultado prático em sua vida”. Fez também um paralelo da “antiga escola”, que recebia alunos já selecionados pelas classes sociais e a “escola de hoje”, que recebe todos os alunos mas não tem preparação para isso: “Esses alunos chegaram atrasados e a escola ainda está sem preparação para recebê-los. Hoje a escola não garante emprego nem fornece status, por isso mesmo o aluno só vai porque é realmente obrigado”, completou o professor.
Arnaldo salientou que muitas vezes a escola considera o desinteresse o mau desempenho dos alunos como culpa das famílias, porém deixou claro que a “família” que a escola imagina não existe mais, fazendo uma referência as novas formações familiares onde todos os membros da casa trabalham fora.
Para encerrar sua participação, o professor Antônio Arnaldo lembrou aos alunos presentes que cabe a eles demonstrar para a sociedade que valeu a pena incluir a Filosofia e a Sociologia no currículo do Ensino Médio.
Mais uma vez foi aberto espaço para perguntas e, novamente, questões como a aplicação dos conteúdos e as apostilas do governo permearam as discussões.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Programação Cultural 16/09
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Palestra dia 15/09
Tema: A sociologia na educação brasileira: Perspectivas e desafios
Palestrante: Prof. Ms. Adalberto Miranda Distassi
Prof. Ms. Miram Ribeiro de Barros Shaw
Prof. Ms. Ricardo Constante Martins
A segunda noite da VII Semana de Ciências Sociais da Faceres propôs uma discussão entre alunos e professores sobre a “Sociologia na Educação Brasileira: Perspectivas e Desafios”.
Participaram da mesa redonda que norteou as discussões o Prof. Ms. Adalberto Miranda Distassi, diretor da instituição, o Prof. Ms. Ricardo Constante Martins, coordenador do curso de Ciências Socas da Faceres e a Prof. Ms. Mirian Ribeiro de Barros Shaw.
A professora Miriam foi quem deu início as considerações iniciais. Antes de entrar no embate proposto, a professora pediu que os presentes reservassem alguns instantes para fazer uma reflexão sobre a peça de teatro “Alma Aprisionada”, apresentada pelo Balé de Rio Preto antes do início da discussão e disse que existem muitos aspectos retratados na peça que podem ser associados diretamente com o cotidiano de um professor em sala de aula.
Miriam fomentou também uma reflexão sobre a inserção da Sociologia no Ensino Médio e realizou um rápido retrospecto das Leis de Diretrizes Básicas, desde sua criação em 1961 até a LDB de 1996 que propôs o termo “cidadania” e temas que ultrapassam a discussão curricular no ensino do país. A professora atentou também aos alunos o fato de o manejo do conteúdo das aulas de sociologia e seus resultados em sala de aula. Com seu jeito singular de levantar questões, Miram deixou no ar elementos de reflexão que podem ser estendidos a muito além da noite de terça feira: “Vamos discutir os clássicos ou abandonar a teoria? Usar o material didático proposto ou fazer uso de elementos não “convencionais” no material escolar? Se posicionar reflexivamente ou reproduzir o atual com os alunos?”, essas foram algumas das questões propostas pela professora que fechou sua participação inicial afirmando que a maior tarefa do educador brasileiro hoje é provocar o estranho, o falatório, realizar uma ação centrada no sujeito capaz de agir.
Em seguida foi a vez do professor Ricardo Constante fazer suas considerações iniciais. Ricardo optou por enumerar de maneira rápida os percalços que rodam o ensino da sociologia no Brasil. Deixou claro que em sua opinião o ensino das ciências sociais é imprescindível para a formação de qualquer indivíduo e das dificuldades que existem para que possamos atingir os resultados satisfatórios no ensino atualmente.
Ricardo listou como maiores problemas para o corpo docente a atenção à origem do conhecimento, que se fragmentou de maneira elevada no século XX, a formação relativamente conservadora do professorado e as dificuldades didáticas metodológicas, que necessitam cada vez mais de alternativas para sua adaptação as necessidades do ensino hoje.
“Independentemente da época, do salário e do status que o professor tem em diferentes momentos da história, ele sempre será visto como uma referência, um exemplo de conduta, ética, moral e de procedimento”, conclui o coordenador do curso.
Já em relação aos discentes, Ricardo Constante observou que os alunos chegam ao Ensino Médio com a cultura de conhecimento extremamente fragmentada, o que o impede de realizar reflexões abetas acerca do conteúdo passado em sala de aula, ressaltou também que as ciências sociais só aparecem para os alunos no Ensino Médio, o que anula a possibilidade de haver uma “retomada” de conhecimento, uma facilitação da analogia entre estudo teórico da sociologia e sua aplicação prática no cotidiano.
Para encerrar sua participação inicial Ricardo lembrou que o conteúdo de sociologia nos vestibulares aparece de maneira indireta e relativizada, o que dificulta o reconhecimento da importância determinante desta matéria para a assimilação de todo o conteúdo de conhecimento passado aos alunos.
O diretor da Faceres, professor Adalberto Mirada, foi o último a fazer as considerações iniciais antes de abrir espaço para a discussão com os presentes. Em tom comemorativo, o diretor da faculdade disse ser uma enorme alegria estar discutindo a inclusão da sociologia no Ensino Médio: “Embora haja diversas dificuldades, é um avanço na sociedade deste país os alunos estudarem as ciências sociais no colégio”. Segundo ele, a sociologia resgata o homem renascentista, ultrapassando a fragmentação curricular estruturada no século passado e o atualiza. Para o diretor, a sociologia, entre as diversas áreas do conhecimento, é a que tem o papel de integrar as ciências humanas.
Adalberto também atentou para a formação do docente e sua importância para melhorar a atuação do professor em sala de aula e disse que todos os espaços para a sociologia na grade curricular devem ser agora aproveitados, independente do professor que a ocupe, como os formados em histórias ou outras ciências humanas. Para o professor, a ocupação desses espaços agora garantirá o reconhecimento e fomentará uma possível ampliação desses espaços na formação escolar.
Após as considerações iniciais dos professores, a participação foi estendida aos alunos que propuseram questões como: possíveis maneiras de trabalhar a sociologia diferente do proposto pela cartilha governamental; os instrumentos que o professorado possui hoje para lecionar em um momento tão importante para a sociologia; como discutir preconceitos e diferenças se eles também estão integrados ao professor e a atribuição das aulas de sociologia a professores que possuem formação em outras matérias, como história e filosofia.
Texto:Kaio Bittencourt
Programação Cultural 15/09
ALMA APRISIONADA
Balé de Rio Preto
Ficha Técnica:
Coreógrafo: Mário Nascimento
Trilha: Sonora Loop B
Direção Geral e Sonoplasta: Creuza Arruda
Direção Artística e Iluminação: Rodolfo César
Direção Teatral: Danilo Melo
Assessoria Conceitual: Inês Praxedes
Preparador Físico: João Carlos Camilo
Apoiador: Rede Brasil Fitness
Figurino: Criação Coletiva
Cenário: Marcela Zamora
Eloenco:Ana Rufio,Carol Campos, Fábio D'albert,Gisele Zeghini,Jaqueline Brambila,Natalia Gazola e Thais Benites
Assim como ontem ja vou deixar claro que não me sinto bem nesta posição de critico, uma vez que ao fazer isso eu tiro a leitura de outra pessoas fez do espetaculo.
Alma Aprisionada, varios convites recebi de meu amigo Danilo Melo para ir contemplar, em alguns falei que iria e não fui, se passou apresentações no FIT e não fui, mas es que ele veio ate mim.Esperava muita coisa ja devido os grandes elogios que ja havia escutado, mas confesso que me surpreendi e me encantei muito com o espetaculo.
Mas vamos la, o primeiro grande susto que levei foi ao ver meninas e um rapaz que ja havia visto varias vezes em ocasiões diversas surpreenderem ao sair da posição comum do nosso dia-dia, uma vez que qualquer pessoa que ver qualquer um dos atores/bailarinos na rua não imagina o tamanho poder de utilizar seu corpo como de forma expressão, com uma manifestação artística linda, mesmo dentro de um contexto angustiaste, fechado, escuro, que existe no espetaculo.Aqui ja elogio a performance do elenco em geral, cada passo, cada ação, da angustia aprisionada na vontade de falar de se libertar, nas gargalhadas presas e jogadas ao ar, dos gritos, e a solidão presa, para ate a performance maravilhosa de controlar o elenco e o publico com o bater do tambor ( e muito bem escolhido em ser uma afro descendente em manifestar esta arte).
Acho que isso, não sou eu um grande entendido em Balé, do Teatro que amo fiz parte, aprendi muito e irei voltar, mas mesmo assim tenho muito a aprender, mas aqui escrevi estas palavras através do que me contagio, do que me tocou, do que me machuco e o que fez bem.
Texto: Victor Augusto
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Palestra dia 14/09
Paradigmas teóricos da Sociologia brasileira: Octavio Ianni
Profa.Dr.Célia Ap. Ferreira Tolentino (UNESP)
A primeira noite da VII semana de Ciências Sociais teve início com o professor Ricardo Martins, coordenador do curso de Ciências Sociais, ressaltando a importância do evento para o curso e para a faculdade. Em um breve discurso, Ricardo lembrou o ótimo resultado obtido pela Faceres no ENADE, avaliação na qual o curso de Ciências Sociais aproximou-se muito da nota máxima e lembrou que o tema da VII Semana da Ciências Sociais foi especificamente escolhido para atender as últimas turmas do curso que se formaram na Faceres e os alunos que estão para se formas neste ano.
Após as palavras do coordenador do curso, foi a vez da Prof. Dr. Célia Ap. Ferreira Tolentino tomar assento e na mesa de palestra para falar sobre “Os paradigmas teóricos da sociologia brasileira”, tema baseado nos trabalhos do pensador Octavio Ianni, sociólogo brasileiro de importância ímpar e do qual a professora Célia foi aluna em algumas ocasiões.
De maneira muito clara e sucinta, Célia começou sua palestra lembrando que no Brasil existem grandes pensadores e que o “modismo” de buscar grandes referencias para estudo em países europeus como França e Inglaterra já não são necessários. A professora destacou que Ianni “contava a história enquanto ela acontecia”, fazendo referencia ao caráter atual das obras deste pensador e de sua capacidade de se localizar na história contemporânea de modo a fazer uma leitura muito próxima dos fatos que sucederam seus estudos.
A professora Célia deixou claro que uma das características mais importantes da obra de Octavio Ianni está relacionada diretamente ao “bom caipirismo” deste autor, que se manteve “caipira” mesmo quando passou a ser considerado um estudioso de muito sucesso e reconhecido nacionalmente.
Durante sua palestra, a professora deu bastante importância ao fato de Ianni, junto com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, terem articulado e trabalhado juntos pela criação do Cebrap (centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e ao fato de ambos serem discípulos do grande sociólogo e político brasileiro Florestan Fernandes e dos motivos que levaram ao afastamento de Ianni de FHC quando este último ocupou a presidência do Brasil.
Célia atentou a platéia ao fato de que Octavio Ianni antecipava em seus discursos o mundo comum a atualidade através da leitura dos discursos dos empresários, dos consultores de mercado e até da própria bolsa de valores numa época em que as mudanças estavam acontecendo de maneira “visceral” (final da década de 80 e início dos anos 90).
No final de sua palestra, Célia respondeu atenciosamente às questões dos alunos e dos professores presentes, demonstrando grande interesse pela participação e pela fomentação dos estudos sociais acadêmicos em nosso país.
texto: Kaio Bittencourt ,aluno da Pos-Sociologia Política, grande amigo que ja faz parte da familia CS.
Quando o Prof. Arare me falou da palestraste semanas antes do inicio desta semana, nos dizendo que ela era sua professora, mas acima de tudo uma grande profissional, fiquei suspeito, mas não por ser chato, ou por não confiar em nosso amigo, mas sim por que não confiar no seu coração, por que uma vez ela sendo professora da sua graduação ele poderia ser eternamente apaixonado por ela, assim como todos nos sempre nos apaixonamos por alguns grandes professoras da nossa graduação, ontem veio a comprovação quando ele disse que ela foi a primeira professora que deu aula para ele na graduação. Mas veio outra comprovação o quanto talentosa que a Profa. Célia se apresentou, acredito que no final da noite não foi somente o Prof. Arare e o Prof. Ricardo (que também foi seu aluno de graduação)que sairiam apaixonados por ela.
Prfa.Célia contagio muito em nos apresentar seu mestre, deu a nos um pouquinho do gosto de conhecer Prof. Octavio Ianni, a nos apresentar sua simplicidade caipira, me deu a motivação de poder voltar a acreditar no sentimento, na simplicidade humana de querer mudar as coisas que esta a nosso redor ( que confesso que estava perdendo essa motivação).
Agradeço pela presença e pela palestra, mas muito mais que isso pela motivação a alimentarmos nossas duvidas e incertezas sobre a nossa modernidade tão caótica.
texto: Victor Augusto (Vitão)
e quem quiser também mostrar as suas opiniões sobre os eventos me procure na faculdade.
Programação Cultural
Teatro: "Poema Sujo"
Grupo Jabá com Jaca
Tenho aqui a missão de fazer a critica deste espetaculo, sinto me em uma missão difícil por três motivos, primeiro por ter feito parte deste grupo teatral e ter participado dos primeiros passos deste espetaculo, enquanto ele era somente discussões pela madrugada por pessoas apaixonadas pelo teatro e pelo texto, aqui então entra o segundo motivo o texto, assim que me foi apresentado esta obra épica de Ferreira Gullar fiquei sensibilizado, por uma obra de um brasileiro apresentando a simplicidade brasileira de uma forma extraordinária,e para encerrar os motivos por ver em cena dois grandes amigos, por que não irmão de coração apresentando esta obra, porem vamos ver o que pode ser falado.
Começo então justamente falando da performance dos atores Danilo e Rafael, demonstraram para nos muito mais que a leitura deles sobre o texto, eles nos passaram o prazer de trabalhar com esta obra, o prazer a risada, o prazer na incerteza, na vontade de se manifestar, de mostrar que esta carne de corpo humano que eles tem pode mostrar a historia de uma pessoa, a sua historia a minha historia.
Conseguiram nos apresentar suas propostas sem o medo de ter errado em efetua las, mas com o erro de apresenta-las antes do espetaculo, não era necessário.
Figurino simples mas porem que mostra a simplicidade das coisas, a pureza de pessoas comuns figuradas nele.
Sonoplastia muito boa, a utilização de instrumentos em cena muito bom, a trilha original e muito criativa, desdo dedilhar das cordas do violão, a batida do coração que o tambor demonstrou.
Paro por aqui, como não sou muito fan da critica, uma vez que ela rouba das pessoas sua pureza ao ver um espetaculo, fiz devido as circunstâncias, e pelo prazer de falar de meus amigos.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
VII SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - FACERES
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Lula repete Getúlio Vargas com nova estatal, dizem especialistas
Segue abaixo a reportagem que nosso querido amigo e professor Celso Carvalho Jr. deu a ou Portal de Noticias G1
Os dois presidentes levantaram a bandeira da soberania nacional.
Historiadores destacam, porém, que momento histórico é diferente.
Mariana Oliveira Do G1, em São Paulo
Embora em contexto histórico bem diferente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta repetir o ex-presidente Getúlio Vargas ao comandar a criação da Petro-Sal, nova estatal para gerenciar o petróleo da camada pré-sal, na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1.
Nesta segunda-feira (31), o presidente Lula lançou o marco regulatório para a exploração do pré-sal. Ele assinou quatro projetos de lei sobre a nova estatal que serão enviados ao Congresso em regime de urgência.
A Petrobras foi criada em 3 de outubro de 1953 na gestão de Getúlio Vargas, que sofreu pressão popular com a campanha "O petróleo é nosso". Embora controlada pelo Estado, a empresa tem capital misto.
A Petro-Sal nasce em sistema de partilha de produção, modelo no qual o óleo extraído é dividido entre a empresa privada que faz a exploração e a União. Isso amplia o controle do governo sobre as reservas.
Segundo os especialistas, uma das primeiras medidas de Lula para seguir Getúlio Vargas em relação ao petróleo foi quando, em 2006, sujou as mãos de petróleo na cerimônia que comemorou a autosuficiência do petróleo. No ano passado, ele voltou a repetir o gesto em cerimônia do pré-sal. Vargas fez isso antes da criação da Petrobras para mostrar que o Brasil tinha petróleo.
O historiador Celso Carvalho Júnior, que estudou a criação da Petrobras e tem mestrado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre o tema, destaca que, tanto a Petrobras quando a Petro-Sal foram criadas com a "ideia de que ambas podem ajudar o país a se desenvolver". "Há ainda sentimento de soberania com relação aos dois episódios. Uma ideia nacionalista, de valorização da soberania nacional."
Para ele, Lula "não nega" o nacionalismo. "A imagem de Getúlio Vargas ficou associada ao nacionalismo. E o Lula, de certa forma, não nega esse nacionalismo. Ele tenta associar sua imagem ao desenvolvimentismo nacionalista. Não tentar se desvencilhar das comparações com Getúlio Vargas, principalmente se forem positivas", completa o historiador.
O professor de Administração da Universidade de Brasília (UnB), José Bautista Vidal, especializado em petróleo, também destaca as semelhanças. "Lula está fazendo no mesmo espírito que Getúlio fez na criação da Petrobras. Criou com ideal nacionalista. Mas Lula está fazendo certo agora (em criar uma nova), porque Getúlio fez uma estatal que depois se deteriorou."
Para ele, o governo não poderia deixar a Petrobras gerenciar os recursos do pré-sal porque a empresa de capital misto tem acionistas estrangeiros que poderiam se beneficiar.
Diferenças
O cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB, destaca que as diferenças entre o Brasil de 1953 e o de 2009 são muito grandes. "A economia é muito mais internacionalizada", diz.
Mas Peixoto concorda que há semelhanças entre os dois governos. "O atual governo de alguma forma preza a presença do Estado na economia, mais rigorosamente do que o governo passado. Nisso pode se assemelhar a Getúlio Vargas."
Ele explica que o contexto histórico era diferente porque a 2ª Guerra Mundial havia terminado há poucos anos. Getúlio sucedia o governo Eurico Dutra - que tinha sido pró-Estados Unidos - e havia um sentimento nacionalista. "Agora também gira em torno de um aspecto nacionalista, mas gira mais em torno do desenvolvimentismo."
"A própria figura do Getúlio Vargas carismática, profundamente comprometido com o nacional. O Lula às vezes parece o Getúlio, às vezes parece Fernando Henrique, é um líder que navega em várias ondas", afirma Peixoto.
Pressões
A criação sob pressão também pode ser citada como semelhança nos dois momentos, o da Petrobras e o da Petro-Sal, conforme os especialistas.
Segundo o historiador Carvalho Júnior, a criação da Petrobras nasceu de uma pressão popular, o movimento "O petróleo é nosso", enquanto que a Petro-Sal tem pressão dos estados.
"A Petrobras nasceu do ideal nacionalista, da pressão popular. O que se percebeu no caso da exploração do pré-sal é dos governadores. Em 53 a discussão era quem ia explorar, se o governo ou a iniciativa privada. A grande discussão de 2009 é que vai ficar com os lucros, os royalties."
O cientista político Peixoto destaca que, no passado, os governadores não tinham tanto poder de influência sobre a União. "Ainda hoje o governo é muito centralizador, mas naquela época os estados não tinham a mesma autonomia. A pressão dos governadores certamente é um obstáculo que tem de ser negociado e que não tinha naquele tempo", afirma.
Sem participação
O historiador Wladmir Coelho, mestre em direito e conselheiro da Fundação Brasileira de Direito Econômico, diz que a grande diferença é que, enquanto a Petrobras nasceu da movimentação popular, a Petro-Sal "nasce dos gabinetes".
"É uma empresa que nasce de cima para baixo, não é a vontade popular. Se a anterior foi fruto da movimentação popular, essa nasce dos gabinetes." Ele afirmou que a fundação do qual é conselheiro defende que a Petrobras retomasse o monopólio sobre o petróleo e gerenciasse o pré-sal.
"Não vejo semelhança entre Lula e Getúlio porque a proposta de Lula é de abertura e a de Getúlio era o monopólio. Do monopólio para benefício nacional. A do Lula é uma proposta de partilha de produção, do risco compartilhado. A proposta é muito diferente, não se assemelha em nada. Acho que ele pode usar a comparação para tentar trabalhar com o imaginário das pessoas."
link da reportagem na integra:http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1287655-5601,00-LULA+REPETE+GETULIO+VARGAS+COM+NOVA+ESTATAL+DIZEM+ESPECIALISTAS.html
Os dois presidentes levantaram a bandeira da soberania nacional.
Historiadores destacam, porém, que momento histórico é diferente.
Mariana Oliveira Do G1, em São Paulo
Embora em contexto histórico bem diferente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta repetir o ex-presidente Getúlio Vargas ao comandar a criação da Petro-Sal, nova estatal para gerenciar o petróleo da camada pré-sal, na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1.
Nesta segunda-feira (31), o presidente Lula lançou o marco regulatório para a exploração do pré-sal. Ele assinou quatro projetos de lei sobre a nova estatal que serão enviados ao Congresso em regime de urgência.
A Petrobras foi criada em 3 de outubro de 1953 na gestão de Getúlio Vargas, que sofreu pressão popular com a campanha "O petróleo é nosso". Embora controlada pelo Estado, a empresa tem capital misto.
A Petro-Sal nasce em sistema de partilha de produção, modelo no qual o óleo extraído é dividido entre a empresa privada que faz a exploração e a União. Isso amplia o controle do governo sobre as reservas.
Segundo os especialistas, uma das primeiras medidas de Lula para seguir Getúlio Vargas em relação ao petróleo foi quando, em 2006, sujou as mãos de petróleo na cerimônia que comemorou a autosuficiência do petróleo. No ano passado, ele voltou a repetir o gesto em cerimônia do pré-sal. Vargas fez isso antes da criação da Petrobras para mostrar que o Brasil tinha petróleo.
O historiador Celso Carvalho Júnior, que estudou a criação da Petrobras e tem mestrado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre o tema, destaca que, tanto a Petrobras quando a Petro-Sal foram criadas com a "ideia de que ambas podem ajudar o país a se desenvolver". "Há ainda sentimento de soberania com relação aos dois episódios. Uma ideia nacionalista, de valorização da soberania nacional."
Para ele, Lula "não nega" o nacionalismo. "A imagem de Getúlio Vargas ficou associada ao nacionalismo. E o Lula, de certa forma, não nega esse nacionalismo. Ele tenta associar sua imagem ao desenvolvimentismo nacionalista. Não tentar se desvencilhar das comparações com Getúlio Vargas, principalmente se forem positivas", completa o historiador.
O professor de Administração da Universidade de Brasília (UnB), José Bautista Vidal, especializado em petróleo, também destaca as semelhanças. "Lula está fazendo no mesmo espírito que Getúlio fez na criação da Petrobras. Criou com ideal nacionalista. Mas Lula está fazendo certo agora (em criar uma nova), porque Getúlio fez uma estatal que depois se deteriorou."
Para ele, o governo não poderia deixar a Petrobras gerenciar os recursos do pré-sal porque a empresa de capital misto tem acionistas estrangeiros que poderiam se beneficiar.
Diferenças
O cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB, destaca que as diferenças entre o Brasil de 1953 e o de 2009 são muito grandes. "A economia é muito mais internacionalizada", diz.
Mas Peixoto concorda que há semelhanças entre os dois governos. "O atual governo de alguma forma preza a presença do Estado na economia, mais rigorosamente do que o governo passado. Nisso pode se assemelhar a Getúlio Vargas."
Ele explica que o contexto histórico era diferente porque a 2ª Guerra Mundial havia terminado há poucos anos. Getúlio sucedia o governo Eurico Dutra - que tinha sido pró-Estados Unidos - e havia um sentimento nacionalista. "Agora também gira em torno de um aspecto nacionalista, mas gira mais em torno do desenvolvimentismo."
"A própria figura do Getúlio Vargas carismática, profundamente comprometido com o nacional. O Lula às vezes parece o Getúlio, às vezes parece Fernando Henrique, é um líder que navega em várias ondas", afirma Peixoto.
Pressões
A criação sob pressão também pode ser citada como semelhança nos dois momentos, o da Petrobras e o da Petro-Sal, conforme os especialistas.
Segundo o historiador Carvalho Júnior, a criação da Petrobras nasceu de uma pressão popular, o movimento "O petróleo é nosso", enquanto que a Petro-Sal tem pressão dos estados.
"A Petrobras nasceu do ideal nacionalista, da pressão popular. O que se percebeu no caso da exploração do pré-sal é dos governadores. Em 53 a discussão era quem ia explorar, se o governo ou a iniciativa privada. A grande discussão de 2009 é que vai ficar com os lucros, os royalties."
O cientista político Peixoto destaca que, no passado, os governadores não tinham tanto poder de influência sobre a União. "Ainda hoje o governo é muito centralizador, mas naquela época os estados não tinham a mesma autonomia. A pressão dos governadores certamente é um obstáculo que tem de ser negociado e que não tinha naquele tempo", afirma.
Sem participação
O historiador Wladmir Coelho, mestre em direito e conselheiro da Fundação Brasileira de Direito Econômico, diz que a grande diferença é que, enquanto a Petrobras nasceu da movimentação popular, a Petro-Sal "nasce dos gabinetes".
"É uma empresa que nasce de cima para baixo, não é a vontade popular. Se a anterior foi fruto da movimentação popular, essa nasce dos gabinetes." Ele afirmou que a fundação do qual é conselheiro defende que a Petrobras retomasse o monopólio sobre o petróleo e gerenciasse o pré-sal.
"Não vejo semelhança entre Lula e Getúlio porque a proposta de Lula é de abertura e a de Getúlio era o monopólio. Do monopólio para benefício nacional. A do Lula é uma proposta de partilha de produção, do risco compartilhado. A proposta é muito diferente, não se assemelha em nada. Acho que ele pode usar a comparação para tentar trabalhar com o imaginário das pessoas."
link da reportagem na integra:http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1287655-5601,00-LULA+REPETE+GETULIO+VARGAS+COM+NOVA+ESTATAL+DIZEM+ESPECIALISTAS.html
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